25 de junho de 2008

Sempre que...




Era o início da década de noventa.

A fita cassete foi um presente para o meu pai, mas fui eu quem desfrutou. Fiquei extasiado com aquelas músicas. Nunca tinha ouvido falar deles até então. Na mesma época meu coração começava a conhecer batidas inéditas, fibrilações inesperadas, palpitações incontroláveis. Eu era uma criança tardia, um marmanjo de barba na cara brincando de comandos em ação. A adolescência e todas as suas implicações tangenciaram minha vida em um ponto sutil, quase despercebido. De uma hora para outra, sentia estar sendo arrancado dos balanços nos parquinhos diretamente para vida adulta por sentimentos tão apavorantes quanto deliciosos.

Escutava aquela fita várias vezes seguidas. Mas uma música destacava-se sobre todas. Stop, review e play. Para sempre. A música descolava minha alma do peito, quase me arrebatando, levando-me em direção à imagem que se formava diante de mim. O sonho da menina loira, de olhos castanhos e sorriso eterno, sempre disposta a brincar na terra, pisar na lama, deitar no mato e pegar insetos com as mãos. Então, no instante final, a música alcançava a apoteose. Voz e violão ganhavam força e intensidade. A alma atingia o nirvana.

11 anos depois, ainda posso olhar praquela menina e deixar que as mesmas palavras ecoem no peito e na alma.
Oh, I love you girl
Oh, I love you

(Se alguma boa alma me ajudar a traduzir essa música de uma maneira decente, Deus a recompensará)


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For Emily, Whenever I May Find Her
Simon & Garfunkel

What a dream I had
Pressed in Organdy
Clothed in crinoline
Of smoky burgundy

Softer than the rain

I wandered empty streets down
Past the shop displays
I heard cathedral bells
Tripping down the alleyways
As I walked on

And when you ran to me
Your cheeks flushed with the night
We walked on frosted fields
Of juniper and lamplight
I held your hand

And when I awoke
And felt you warm and near
I kissed your honey hair
With my grateful tears
Oh, I love you girl
Oh, I love you

5 comentários:

  1. Meu, essa música, esses caras, são dos anos sessenta e setenta! Que é que vc fazia ouvindo nos anos noventa?!?!?
    E mais, eles tem um repertório lotado de coisas tão lindas e desbundantes quanto essa! Eles eram demais!!!

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  2. Sou fã dos caras. Fazer o quê? Tenho vários discos deles no meu micro. Às vezes acho que nasci na década errada. Mas, se bem me conheço, caso vivesse minha juventude nos anos sessenta, amaria as músicas dos anos 30 (se bem que as amo mesmo). Melhor como está. Até porque a tal da loira que citei na postagem nasceu na mesma década que eu, e nada poderia ser melhor que isso :-)

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  3. que coisa mais linda!!!

    só agora consegui uns segundos para deliciar-me nas tuas palavras!

    Vc é mais do que demais para mim...

    Beijos, amo você

    MUITO, muito mais do que a minha realidade ocupada demais para te admirar mais.

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  4. Se deu bem, hein?
    Conseguiu impresionar a menina...

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  5. Anônimo3:37 PM

    Como o amor é lindo!!!
    Amo os dois que agora são quatro.
    Bjs.

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