24 de julho de 2007

Luz

De fato: "que tipo de homem [faria isso]!". Quem submetia os mares à obediência, confrontaria da mesma forma um exército de demônios. Se o primeiro desafio havia sido o caos irrompendo na natureza, o seguinte era a destruição de civilizações, a redução de humanos a uma sangrenta bestialidade pelas mãos do Descriador, pelo Desprezador de Deus, de sua imagem e da obra de suas mãos. Pelo Diabo.

Perdoe-me. Perdoe a amplitude cósmica de minhas observações, mas lembro daqueles dias com um pavor primaz. Era como se o chifre que Daniel viu pudesse arrojar-se novamente para varrer as estrelas do céu e pisoteá-las no chão.

Ainda assim... ainda assim comecei, ao mesmo tempo, a vislumbrar uma glória em meu Senhor que era, sim, páreo para tais malignidades. Como explicar a convicção que começou a crescer em mim? Se faíscas de relâmpagos podiam romper o céu para em seguida escurecê-los imediatamente, bem, esse Jesus era luz pura, luz invariável, a luz do primeiro momento do mundo. Em Jesus havia uma vida que iluminava cada um de nós. Ele brilhava nas trevas, e as trevas não prevaleciam contra ele.

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Do romance
O Livro de Jesus
de Walter Wangerin
capítulo 21

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