6 de outubro de 2008

Sala vazia

Sozinho num canto da sala vazia as paredes mal pintadas erguem-se como cela de uma prisão voluntária. A noite está abafada e o ventilador de teto não funciona. O encontro deveria ter acontecido há uma hora. As palavras que inundam o coração alvoroçam-se ansiosas na língua muda, mas não há quem ouça. É terrível o vazio da sala que comprime todo o ambiente em angustiante mornidão. O tempo precipita-se impiedoso e a sala continua vazia. Não há mais esperança. Melhor pegar as coisas, as palavras inclusive, e voltar para casa.


Vá rapidamente para as ruas e becos e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos. (Lc 14:21)

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