20 de outubro de 2011

Quem canta...

O cara vivia pra cantar. Não é a tou que ganhou o apelido de Ed Mota. Cantava desde guri, o tempo todo, em todo lugar. Era a alegria da família nas festas. O apelido só veio na faculdade, quando venceu por três anos seguidos o festival da canção. Inscreveu-se todos os anos no "Idolos", mas nunca foi chamado sequer para a seleção. Arrumou um emprego qualquer num escritório qualquer e seguiu alimentando a esperança de cantar para multidões. E conseguiu da forma mais inusitada. Convidado por um amigo, foi prar no culto de uma igreja evangélica, e viu no palco uma banda com um vocalista bem intencionado, mas que não chegava aos seus pés. E viu o público, a platéia, em estado de êxtase, olhos fechados, braços erguidos, alguns chorando, embalados todos pelo sonzinho sem sal da banda e pela voz fraquinha do cantor. Pois Ed sentiu como se um raio de luz dessesse sobre ele, uma revelação, uma profecia sussurrada, uma epifania. Encontrara por fim o seu lugar, um motivo para viver, um objetivo para perseguir, um lugar prar brilhar.

Antes do fim daquele mesmo ano, Ed já estava lá. Braços erguidos, cantando Deus, Jesus, aleluias e glórias... e era a glória. Gravou CDs e fez shows por todo Brasil. E a multidão o ouvia e gritava e chorava. E não havia Cristo que fizesse Ed faltar um culto, um retiro, um encontro de adoração, um congresso.

Um comentário:

  1. Pena. Se o cara era tão bom quanto Ed Mota, bem que podia ter tido uma chance melhor do que se perder no mundo gospel...
    Tuco, é "descesse" e "profecia". mas isso são "xurumelas", o que vale é a parábola, e ela é ótima!

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