No picadeiro surge um homem triste.
Sorriso forjado do avesso, roupas largas e passos trôpegos.
No picadeiro surge como espelho.
Reflete as dores de tanta gente, a nostalgia, as mágoas
e a saudade de quem vive a vida real.
De um só golpe arranca os risos das crianças
e a alma dos peitos adultos.
E riem-se os meninos, enquanto os homens
engasgam e engolem lágrimas.
No picadeiro ele tropeça nos calcanhares
e cai seco sobre o chão batido.
Desgraça feita riso e riso contagiante,
que explode na boca mais renitente
e enche de tola esperança os peitos adultos e vazios.
E riem todos sob a lona fria e suja de cores gastas.
Menos o homem no centro do picadeiro.
Esse chora, porque sabe que nenhum riso resiste ao sol poente.
18 de fevereiro de 2008
Picadeiro
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Graves e agudos
Mas sempre amor...
Lindo e forte!
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