10 de julho de 2008

Deus me disse

Um tempo atrás escrevi aqui mesmo sobre minhas sérias dificuldade acerca daquilo à que os cristãos costumam referir-se como "chamado". É fácil encontrar alguém que se sente chamado para isso, aquilo ou aquilo outro. Só está apto para determinadas funções o cristão que sente essa convocação específica e irrevogável.
Mas, se Deus um dia lançou um facho de luz sobre mim, ou sussurrou no meu ouvido, iluminando o caminho, revelando o próximo passo, eu jamais vi, jamais ouvi. Tudo que tenho são pensamentos, desejos, intenções, sensações. Sempre com uma ponta de dúvida, de receio. [Acerca do Chamado]
Depois de escrever, senti-me sozinho no mundo. Soltei o pensamento e ele voou para longe, me abandonando impiedosamente. Até que uns dias atrás voltou, com um ramo de oliveira no bico. O ramo foi extraído do assombroso livro "Feito de modo especial e admirável", de Paul Brand e Philip Yancey. Uma fantástica metáfora do corpo humano, repleta de curiosidades incríveis e aplicações precisas. Obrigado Paul.
Com muita freqüência, encontro cristãos que tendem a exibir a sua espiritualidade como uma aura do mundo sobrenatural. Segundo alguns, o cristão mais espiritual é alguém que afirma confiante: “Deus me disse que está na hora de eu comprar uma roupa nova” (...)

“Deus me disse” pode tornar-se uma maneira comum de falar.

Na verdade, eu acredito que a maior parte do que Deus tinha para me dizer já está escrito na Bíblia e cabe a mim estudar com diligência a sua vontade ali revelada. (...) Os universitários angustiam-se querendo saber que decisões tomar para o futuro,
esperando que Deus os alerte com um estonteante plano feito sob medida e
entregue pronto no endereço deles.

(...) O corpo de um atleta sabe o que a mente quer e está equipado e treinado para conseguir o que ele deseja. Da mesma forma, o cristão individual empregaria melhor o seu tempo aperfeiçoando a obediência prática diária àquilo que Deus já revelou, em vez de empreender ardentes buscas de algum segredo mágico e evasivo como o Santo Graal.


Paul Brand e Philip Yancey
Feito de modo especial e adminável

7 comentários:

  1. Tenho um livro desses dois aqui em casa chamado "As Maravilhas do Corpo".


    Ambos escrevem de forma fantástica.



    Abraços Tuco
    Fique na GRAÇA!

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  2. A vantagem do "Feito de modo especial e adminável", suponho, é que ele é bem mais fininho. Dá pra ler mais rápido. :-)

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  3. Em relação a nossa carreira, vejo Deus menos como um planejador entusiasmado (com planos prontos, que se formos capazes de colocar em prática garantirá nossa felicidade) que como um moderado conselheiro, sussurrando o essencial. Compondo o essencial, salvo engano, há aquele respeitoso "sussuro do silêncio" de que só Deus é capaz, uma genuína ode a autodeterminação do homem.

    Abração, velho.

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  4. Tenho alguns conhecidos privilegiados com quem Deus fala a todo momento.
    Dureza é ver como Ele muitas vezes se engana, muda de idéia ou se contradiz sem a menor cerimônia.

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  5. É mano Tato. O provérbio - no pouco falar até o tolo passa por sábio - deve valer pra esse deus tb :-).

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  6. bem, eu ainda nãi li "As Maravilhas do Corpo", mas acho que são do mesmo tamanho, já peguei os dois na mão e comparei (meu amigo uma vez me emprestou o "Feito de modo especial e admirável" -tb não li)...

    Tuco, Dallas Willard escreveu sabiamente sobre isso, e pode ser lido aqui: Tomadas de decisões e a vontade de Deus


    abraços
    Fique na Graça

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  7. É isso aí v.carlos.
    Muito bom o texto do Dallas.
    Acho que ele lê "A Trilha" :-)

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