17 de julho de 2008

Fugaz

Reuniram-se todos na sala de estar com a alma repleta de sonhos e a cabeça borbulhando idéias. Nenhuma, no entanto, resistiu à exposição. Ruiram todas, uma a uma. Mostraram-se frágeis, flácidas, escorregadias, fluídas, dispersas, informes.

Na cabeça, erguiam-se robustas, frondosas e indestrutíveis como uma figueira jovem. Expostas ao vento, voaram e desapareceram em algum lugar do vasto e insondável horizonte, como uma frágil semente de dente de leão.

A mente as protegia da dissolução. Soltas no espaço, a amplidão apoderou-se delas. Desapareceram por completo da presença daquele pequeno grupo. Quem sabe onde vão parar.

Despediram-se desanimados, mas ainda carregavam dentro de si os sonhos.

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