16 de novembro de 2009

Como o Gaya fazia um arranjo

Por andreegg, sempre dando Um drible nas certezas.

Quem me contou essa história foi o Lydio Roberto.

Aconteceu pelos idos de 1983 quando Gaya, o “maestro da MPB”, já estava morando em Curitiba - onde terminaria seus dias às voltas com a parentada de sua esposa Stelinha Egg. O maestro trabalhava no estúdio SIR, acho que o principal centro de produção pulbicitária da região na época.

O Lydio era um jovem músico trabalhando no estúdio, e ganhou a oportunidade de compor um jingle. Já tinham outro na manga para o caso de o dele não ficar bom. Compôs um samba, mostrou para algumas pessoas do estúdio, que gostaram.

- Falta mostrar para o Gaya.

- O maestro?

- Sim.

Segue o Lydio para mostrar a música. Canta o samba e toca ao violão. Terminando a música, Gaya puxa assunto sobre futebol. Lydio atleticano, Gaya fluminense. O Fluminense tinha Washington e Assis, fabulosa dupla de ataque que também já tinha feito sucesso no Atlético, quando o time chegou pela primeira vez a uma semifinal de brasileirão.

Enquanto conversavam, Gaya fumava muito, e rabiscava uns papéis.

Lydio esperando quando o maestro iria para o piano, para experimentar a música. Ou quando iria, talvez, conferir a harmonia, para ver se era isso mesmo.

Que nada. Depois de meia hora de conversa sobre futebol, Gaya diz: “vamos trabalhar?”

Chamaram os músicos (trompete, trombone, sax, contrabaixo - o próprio Gaya fazia o piano). Aqueles papéis rabiscados no meio das conversas futebolísticas eram o arranjo pronto. Até a hora do almoço o jingle já estava gravado - para surpresa do jovem compositor.

2 comentários:

  1. Olá, achei seu blog pela blogosfera cristã. Muito interessantes seus textos pelo que andei lendo por aqui. Deus te abençoe!

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  2. Olá Priscila. Obrigado, bem-vinda e volte sempre :-).

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