8 de março de 2007

Síndrome de perseguição

Recentemente, por conta de bispos e deputados que foram pegos ‘com a mão na massa’, voltou à tona, com a corda toda, mais uma síndrome evangélica da qual já fui vítima.

A desgraça é que nós, evangélicos, precisamos muito de uma massagenzinha no ego, para compensar nossa total irrelevância quanto à vivência do Evangelho relacional e comprometedor anunciado por Jesus. E nada melhor do que nos sentirmos perseguidos. Aí temos a agradável sensação de estarmos arrasando, ‘detonando as portas do inferno’, e esse é o glorioso motivo de tamanha perseguição sobre nós.

Por isso os pastores que gostam de amealhar multidões usam tanto esse artifício de colocar o diabo em tudo quanto é lugar. Se não é a Globo, é a Disney ou o senado (proteger a "bancada evangélica" e os bispos da Renascer é o fim da picada).

O fato é que quanto mais diabo esses caras puserem na nossa frente, mais distantes estamos de combater o verdadeiro bom combate. Ficaremos beligerando contra "instituições do mal", enquanto caminhamos diligentemente pela estrada, passando por cima dos corpos caídos, feridos, machucados, carentes de amor, graça e relacionamento puro e desinteressado.

O mal não é institucionalizado (e a igreja também não é). O mal se encontra nos cantos escondidos dos nossos corações "evangélicos". É esse o mal que devemos combater. E a única forma eficaz de combater esse mal, é praticando o bem, através do amor, pela graça de Deus.

O resto é conversa pra boi dormir. Ou melhor. O resto é manipulação de massas.

Um comentário:

  1. Humm. Eu já desconfiava que ele andava consultando meu blog...

    :-)

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