26 de novembro de 2010

A cidade chorou

Consegui uma vaga na Santos Andrade, a uma quadra do Guairinha. Achei que era chuva que caía do céu negro de Curitiba assim que descemos do carro. Não era. Era a cidade chorando saudade. E não era pra menos chorar. A voz da Stelinha, em entrevista gravada pelo jornalista Aramis Millarch em 5 de abril de 1990, era a voz da saudade, a voz da infância, a voz de uma geração que passou. Com as palavras vinham imagens mil, e todas alegres, coloridas, intensas. E ficou tudo molhado, embaçado. As vozes, os instrumentos, as crianças, as canções, as modinhas, o cenário, as interpretações, tudo debaixo dágua que rolava dos olhos e lambuzava a camisa. A cidade não chorou sozinha.




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Registro aqui meu agradecimento especial a Etel Frota e a toda equipe que armou aquilo tudo que foi como flecha ligeira, certeira, inflamada no coração da família e de todos que conheceram Stelinha.

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Muito mais sobre Stellinha Egg.

2 comentários:

  1. Só temos a agradecer, Tuco! Pela lindeza de mulher que foi Stelinha, pela emoção e susto que tivemos todos ao nos debruçar sobre a história e a voz dessa artista deslumbrante e inovadora, pelo afeto que encheu o teatro e tomou conta daquela noite. Estou repassando o link do seu post pra todo mundo. Obrigada, Tuco e família Egg!

    Etel

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  2. Foi mesmo uma noite muito especial. Ouvir a tia cantando, acompanhada pelo piano ao vivo foi de arrancar lágrimas!

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