Foto surrupiada do Flick de André Aguiar
Morto. Urbano morreu. E com ele a cidade. Ou pelo menos a praça onde Urbano viveu nos últimos 30 anos. Quase ninguém soube de sua morte. Foi encontrado por um passante casual. Os usuários frequentes da praça não viram, não souberam, não sentiram falta. Nem saberiam o nome do homem. Depois de algumas semanas, porém, começaram a perguntar um pro outro, "e o mendigo que tava sempre por aí?" "Ah é. Nunca mais vi." "Melhor assim. Já vai tarde".
Não sentiram falta dele na morte, nem na vida. Não fosse pela condição de mendicância, estaria como muitos estão por aí. Eu mesmo me sinto meio indigente, meio esquecido, na maior parte das vezes. Mas, por mais daquelas incoerências cristicas, sabemos que esses são os bem aventurados. Os outros, nós talvez, é que estamos mal na fita.
ResponderExcluirÉ. São muitos 'Urbanos' por aí. E poucos que se importam. Tamos mal na fita.
ExcluirA indiferença mata.
ResponderExcluirLeitura doída.
Um abraço, Tuco!
Saudades de estar por aqui.
Sempre bem vinda, Pérola.
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