19 de janeiro de 2007

Missão Caiuá - campo (de futebol) missionário

DA SÉRIE CAIUÁS
Sábado

Acoramos às 7h30. Depois do café, nos separamos para trabalhar em algumas benfeitoria no local. Pintar, consertar, comprar mantimentos, ferramentas, acessórios para os quartos e banheiros. Vamos colocar mosquiteiros nas janelas. As noites ficarão mais agradáveis. Entre uma tarefa e outra, intervalos pra uma roda de tererê e bate-papo com o Zebedeu.

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Fim de tarde sempre tem um futebol com os índios. Homem, mulher, criança, todos juntos num jogo pacífico e divertido. Perder um gol é motivo pra risada e não discussão. Antes de anoitecer eles vão pra casa, por causa dos perigos da região – animais selvagens? Não! O grande perigo aqui é a violência causada por álcool e drogas entre os índios.




À noite comemos uma deliciosa lingüiça sob o céu estrelado.

Na manhã seguinte eu seria o responsável pela palavra no culto. O assunto indicado pelo Evaldo era a história de Daniel. A Sandra me mostrou o texto de 1 Corintios 2. Interessante ler isso antes de preparar a palavra.

E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre nós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder. Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. 1Co2

E o poder de Deus, sabemos bem, se aperfeiçoa na fraqueza, e se demonstra em atos de amor e misericórdia com o próximo. Miserável homem que sou, que não tenho nada em mim para oferecer. Creio que o fundamento da nossa salvação é o clamor do publicano – Senhor, tem misericórdia de mim, porque sou pecador. Enquanto preparava a palavra pro domingo, me senti assim. Chorei e orei como o publicano, porque não tinha mais nada a dizer. Graças a Deus pela graça de Deus.

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Veja também:

MISSÃO CAIUÁ

1.
Chegada
2. Campo (de futebol) missionário
3. Olhares desconfiados
4. A palestra de domingo
5. Finalmente, janela aberta
6. Uma índia assassinada
7. Coragem
8. Uns semeiam, outros regam...
9. Velório, protesto e Eric Clapton
10. Gincana, oficina, esporte e muita história
11. Gratidão
12. Alegria e lágrimas
13. Brasil, emaña yvate

3 comentários:

  1. Anônimo3:06 PM

    "E o poder de Deus, sabemos bem, se aperfeiçoa na fraqueza, e se demonstra em atos de amor e misericórdia com o próximo. Miserável homem que sou, que não tenho nada em mim para oferecer. Creio que o fundamento da nossa salvação é o clamor do publicano – Senhor, tem misericórdia de mim, porque sou pecador. Enquanto preparava a palavra pro domingo, me senti assim. Chorei e orei como o publicano, porque não tinha mais nada a dizer. Graças a Deus pela graça de Deus."

    Verdade profunda e libertadora essa, mano.
    Graças a Ele pela Sua graça!

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  2. "Graças a Deus pela graça de Deus" é uma das coisas mais sábias que já ouvi na vida. E reflete uma das grandes obsessões de Deus: a auto-referência ou referência interna. Não é à toa que somos sua imagem.

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  3. Putz. Agora vou quebrar a cabeça pra tentar entender esse lance de 'referência-interna'.

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