Uma das partes centrais do evangelho é o que ele diz a respeito do homem. Na sociedade mística e antropocêntrica que vivemos, é mais fácil, de certa forma, que alguém venha a crer no que a bíblia diz sobre Jesus, do que no que Jesus diz sobre o ser humano.
Absolutamente indiferente a nossa mania de grandeza e auto-sufuciência, Jesus declara que os que realmente tem alguma virtude são aqueles que não tem a menor consciência de tê-la. O pobre, fraco, humilde, excluído, rejeitado é maior que todos, justamente porque sabe que realmente não vale nada. Mas a afirmação verdadeiramente terrível é a de que o Reino do Céu é desses, e não de outros.
Um ítem importantíssimo foi deixado de lado das nossas confissões de fé. Cremos em Deus pai, todo-poderoso, em Jesus Cristo, seu único filho e no Espírito Santo, mas não cremos no impostor que vive em nós. Insistimos em imaginar que quando a graça de Deus nos alcança, tornamo-nos merecedores dela, pela santificação ou seja lá o que for. Mas não percebemos que nesse instante, como disse Paulo aos Gálatas, caimos da graça.
Na minha confissão, inseri esse item. Creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo, mas creio também no impostor que vive em mim e me faz totalmente dependente da graça de Deus.
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“O Impostor que vive em mim”
é um excelente livro de Brennan Manning
publicado pela Mundo Cristão.
Você pode comprá-lo aqui.
Que grande sacada a do Brennan Manning. Realmente precisamos ler os evangelhos sem os ciscos e traves que 2 mil anos de cristianismo institucional colocaram nos nossos olhos. Terminei minha aula de história do cristianismo anteontem com um debate sobre Teologia da Libertação. Após reflexões quase unânimes de todos os alunos sobre nossa omissão como cristãos diante das necessidades do mundo, terminei com uma afirmação que a meu ver sintetiza a história do cristianismo no ocidente: nós protestantes damos tanta importância a crer na doutrina certa que esquecemos de seguir a Cristo, de andar como ele andou, de amar o próximo como ele ensinou com sua vida. Se nos lembrássemos disso perderíamos este excesso de suficiência que nossa teologia nos dá...
ResponderExcluirEsse post é uma sacada minha baseada na sacada do Manning. Só pra dar o devido crédito. Senão nunca ficarei famoso :-)
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