Por décadas os missionários tentaram mostrar que fé combinava bem com austeridade. Reverência virou sinônimo de rigidez. Mas brasileiro chega atrasado, não se sente bem de terno e gravata e detesta ambientes protocolares. Enquanto os cultos solenes exigiam becas, togas e hinos com música e métrica rebuscadas. O protestantismo manteve-se estrangeiro enquanto insistiu em liturgias suntuosas que não combinavam com a informalidade nacional. Os pentecostais conseguiram enorme penetração nos estratos mais populares porque contextualizaram os cânticos, improvisaram os sermões e bagunçaram a liturgia.
(...) para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que se fale aos sentimentos mais que à mente; que se transmitam os afetos divinos e não os áridos pressupostos da teologia; que se promova a solidariedade; que se busque a justiça; e que se produza uma geração de mulheres e homens bons, parecidos com Jesus de Nazaré.
É, o Gondim está coberto de razão.
ResponderExcluirO Martin Dreher diz que o sucesso do pentecostalismo representa o trinufo da cultura oral sobre a cultura do livro.
O protestantismo clássico é europeu. O pentecostalismo é afro-americano. São formas muito diferentes de ver o mundo, ver a vida.
E o protestantismo clássico é um corpo estranho na cultura brasileira. Por isso as igrejas chamadas "tradicionais" estão ficando cada vez mais parecidas com as pentecostais.
E tem pentecostalismo para todos os gostos. Clássico, neo-pentecostalismo, pós-pentecostalismo, etc, etc.
Admirador que sou do Gondim, não posso deixar de discordar quando ele propõe novo desiquilíbrio - desta vez, a balança pende para os sentimentos - para contrapor-se à excessiva intelectualização do evangelho pelos europeus.
ResponderExcluir"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra."
O importante é saber ser e comunicar o evangelho tanto entre "escribas e doutores da Lei" quanto entre incultos como a mulher samaritana e os pescadores. Razão e emoção juntos: esse é o desafio.