Mas nunca tive essa fé.
Recentemente descobri que fé era outra coisa. Que aquilo que aprendi era crença barata, era ânsia por uma mandinga bem brasileira, era respingo da cultura de magia e mirabolância do nosso país (não que seja exclusivamente nossa).
Comecei a entender que dúvida não era ausência de fé mas, antes disso, era o terreno fértil de onde a fé poderia brotar. Ou a própria semente da fé. Entendi que fé era confiança, como a confiança de meu filho em mim. Em novembro do ano passado, quando toda cidade de Blumenau parecia estar desmoronando como um castelinho de areia, o meu colo, na cabeça do guri, era o lugar mais seguro do mundo. Estava aí exemplo terrível de fé de verdade. Não havia a menor consciência de o que iria acontecer. A chuva vai parar? O rio vai baixar? O barranco atrás de casa vai ficar onde está ou vai desabar como nos vizinhos? Não importa. No colo do pai há segurança e ponto final.
Abandonei a opressão da fé pela crença, que criava tantas mentiras e falsidades, e embarquei na fé pela confiança, infinitamente mais consoladora.
Algo terrível, no entanto, me ocorreu dia desses.
Percebi que também não tenho essa fé.
Imediatamente o pai do menino exclamou:
“Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!”
Marcos 9.24
“Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!”
Marcos 9.24
Angústia partilhada, cara.
ResponderExcluirCompletamente.
ResponderExcluirusando e abusando da Bacia: A fé convida-me a um grau de liberdade que posso não ter o desejo de experimentar.
ResponderExcluircomo é difícil sair da gaiola!!!