1 de março de 2010

Mendigos

Meu irmão diz que eles são profetas.
Não esse tipo de profeta que olha pra alguém e prevê o futuro, ou transmite alguma ordem ou aviso divino personalizado.

Profeta no sentido de encarnar uma mensagem.

Porque há mensagens que ditas, não passam de palavras. Só ganham sentido real quando encarnadas, quando vividas por alguém para escândalo dos que se dispuserem a ouví-las.

Era para ser uma coisinha corriqueira e trivial. Comprei um sanduíche para o rapaz, descalço, sujo, parcialmente vestido, muito, muito magro e visivelmente desnutrido. Ele sem nem ao menos pensar, rasgou o sanduíche no meio e me deu metade. Quando recusei, me olhou muito seriamente e depois de alguns instantes disse com convicção, me estendendo novamente metade do sanduíche:

"Não é certo que uma pessoa se alimente e outra não".

4 comentários:

  1. Uh! Que soco no estômago!

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  2. Fala, Tuco!

    O texto do Peter Master é lá pela década de 50. Por isso a "desatualização". Com certeza se fossemos moderniza-lo, incluiríamos a igreja atual e toda a babaquice que ela tem feito.

    Abraços!

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  3. Noss...

    me lembrei do João Batista: "Aquele que tem duas túnicas, reparta com quem não tem nenhuma; quem tem comida, faça o mesmo."

    devagar, as coisas começam a fazer sentido...

    ありがとう。(arigatou)

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  4. Tato,
    Na frase repousa o fundamento para a política econômica de qualquer ajuntamento humano que pretenda ser "comunidade", seja um país, uma cidade, uma religião, uma família, uma igreja.
    Não vejo nenhuma por aí...

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