26 de abril de 2010
Calor da batalha
Ah maldita flecha amarga que venceu as trincheiras e barricadas
De que me serviu a cota de malha?
E o escudo pesado de chumbo?
Se a flecha era certeira, se tinha destino certo, se vinha como um raio
Se o arqueiro era preciso, e preciso o arco
Se tangida a linha, seria exato o traçado da seta inflamada
Teria sido preciso o esforço?
Tivesse eu desde o início me lançado nu ao campo de batalha
De peito aberto enfrentaria os dardos
Escudo ao chão e na mão um anel
Transporia o cenário de morte a passos largos e olhar convicto
Se soubesse que meu peito vazaria em sangue
Teria me exposto fraco e débil como sei agora que sou
Sem a fantasia de guerreiro
Resta-me agora a tênue esperança de que da morte brote a vida
Sem o desconforto dos trajes pesados
Sem a ilusão da bravura cruel
Ah bendita flecha doce que venceu meu escudo e livrou-me de mim
Teria Deus conduzido a mão do arqueiro?
Que ressurja dos campos alguém melhor que o que dorme
E que durma em paz o homem que fui
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poesia
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Ô lôco, sô!!!
ResponderExcluirviolento e belíssimo!
ResponderExcluirMas bah guri !!! Isso é que eu chamo de uma profunda reflexão ... "Teologia Poética" ...
ResponderExcluirParabéns manow !!!
Escreve mais !!!
Amém!
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