Seria ingenuidade esperar viver numa sociedade assim. Não trabalho para ver o resultado. Trabalho na direção do resultado que eu desejo, não para mim, mas para todo mundo. Conheci muita, mas muita gente trabalhando diretamente no aprimoramento do ser humano e da sociedade. Há pessoas em todos os meios, dos puteiros às intituições religiosas, das escolas primárias aos institutos de pesquisas avançadas, das favelas aos bairros ricos, dos “chópim-center” (por incrível que pareça) aos partidos políticos, das cadeias aos condomínios, dos casebres às mansões. São exceções à regra em todos os lugares e tempos, pedras preciosas no cascalho humano, que distribuem brilho em seu meio, na coletividade à sua volta, seja na profissão que for ou em qualquer atividade. A diferença do ser humano pro garimpo é que, no caso do ser humano, a preciosidade é contagiosa. Consciência chama consciência. Luz elimina trevas. Os acendedores estão por aí, anônimos e atuantes, em toda parte.
Isso me dá a convicção, como se não bastassem as evidências da história do planeta, de que o processo está em curso, um processo evolutivo contínuo e inabalável, com ritmo próprio, individual e coletivo. Nessa visão, moldei minha vida e meu trabalho pelo mundo. É uma necessidade minha, pessoal e intransferível.
Surrupiado de Eduardo Marinho, artista de rua.
Quer ouvir mais o cara?
Veja trechos da pelestra dele na UFPR: Parte 1 | Parte 2
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