26 de outubro de 2011

Belo Monte

Em 1989, após passar por 21 anos de ditadura militar, o Brasil se preparava para as primeiras eleições diretas para presidente desde 1960. Cerca de três mil pessoas se reuniram na cidade de Altamira, no Pará, para participar do I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, um marco democrático da luta em defesa da Amazônia. Quando o então presidente da Eletronorte apresentou as intenções do Governo de construir a mega-usina hidrelétrica de Kararaô, na Volta Grande do rio Xingu, a índia Tuíra se aproximou da mesa e, em um gesto emblemático, encostou o facão nas faces do “homem branco”. A imagem correu o mundo, e sua força e dramaticidade serviram para disseminar o grito de indignação dos indígenas contra as intenções de governantes e empresários de construir um complexo hidrelétrico em uma das regiões de maior biodiversidade da Amazônia.

Tuíra e Muniz Lopes, então presidente da Eletronorte


Há poucos anos, seria difícil imaginar que aquele projeto, desenvolvido quando vivíamos páginas infelizes de nossa História e praticamente sepultado durante o processo de redemocratização do país, seria ressuscitado com outro nome: Belo Monte. Pior: que, justamente em um momento de afirmação e consolidação de nossas conquistas democráticas, este projeto seria imposto de forma autoritária, desrespeitando a vontade dos povos da Amazônia, violando a legislação brasileira e ignorando tratados e mecanismos internacionais de proteção aos direitos humanos.

Surrupiado de global.org.br
Via @rondinellysm

A Rio+20 já está em pauta na mídia, mas o evento estará às sombras do Novo Código (des)Florestal, e do rasgo enorme da Belo Monte no coração da Amazônia. Triste.

2 comentários:

  1. Rondinelly6:10 PM

    Belo Monte
    http://instagr.am/p/RjCMf/

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  2. Faltou a Tuíra encostar o facão na cara dos "ômi" do Lula... faltou nós, brasileiros, incorporar o espírito de Tuíra e encostar o facão de nossa indignação nos rostos dos políticos e empresários indignos deste país.

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