A calamidade avança galopante
Indiscutivelmente
Enquanto prossigo galante
Abestalhadamente silente
Como não fora com a gente
O caos que permeia o espaço
Outrora são e forte
Agora abatido e doente
Desacorsoadamente
Deitado em seu leito de morte
Esperando, quem sabe, com sorte
Que alguém encare de frente
A sombra que como o poente
Derrama escuridão somente
Sobre toda e qualquer semente
Pra que não brote da terra esperança
Enquanto prossegue a matança
De tanta criança inocente
Quiçá me levante agora
E rompa essa besta corrente
Arrebente já, sem demora
Ostracismo insano e demente
E enlouquecidamente
Como o sol rompendo na aurora
Me lance em volumosa vertente
De luz rebentando na flora
Fazendo eclodir a semente
Que a sombra sofocou lá fora
Trazendo vida novamente
À bestidão prevalente
Tingindo de cores o cinza
Com canções egolindo gemidos
Levante do chão os oprimidos
E ombro a ombro comigo
Caminhemos de peito aberto
E então corajosamente
Acabemos com esse deserto
És um ente que não mente...
ResponderExcluir