É fato que a mais celebrada data do calendário cristão é o Natal. Mais por conta do dinheiro rolando solto no comércio e das bochechinhas rosadas do Papai Noel do que pelo nascimento de Jesus, é verdade, mas o fato persiste.
Curioso é que por mais de trezentos anos cristão nenhum comemorou o nascimento de seu mestre. Ninguém fazia a menor idéia do dia em que ele nasceu e, aparentemente, não havia nenhum esforço para descobrir. Foi só no ano 336 que o imperador romano, esperto que só ele, fixou o nascimento de Cristo na mesma data da festança pagã que comemorava o solstício de inverno (no hemisfério norte, é claro). Assim conseguiu a façanha de converter o povo e manter a festividade. Eu teria feito o mesmo.
O curioso nessa história é que apesar de ninguém saber o dia em que de fato nasceu o messias de Nazaré, todos sabem desde sempre a data de sua morte. A páscoa é a festa em que os judeus comemoram a libertação de seu povo das garras do faraó 3,5 mil anos atrás, e a subsequente passagem (pessach = páscoa) sensacional da multidão à seco pelo mar aberto ao meio. O Cristo acabou morrendo na semana da páscoa judaica e, por tanto, todo mundo conhece a data de seu falecimento e ressurreição. A manjedoura tem seu papel na história, e é em si mesmo uma belíssima mensagem que se perdeu nos festejos de Natal (além de ser muito bonitinha nos presépios), mas não é a toa que o símbolo cristão é a cruz. Não fosse Constantino e a cristianisação compulsória do império romano, até hoje não haveria nascimento a comemorar, mas tão somente morte e renascimento.
Nessas horas lembro de Pedro e a sacada que teve em revelar que a morte do Cristo de Nazaré precedeu sua vida. Que seu sacrifício precedeu seu nascimento. Que a encarnação de Deus é consequência de sua morte na cruz e não o contrário. Na lógica da eternidade o tempo vira do avesso e a salvação precede a condenação. É belíssima e certeira a frase que afirma que antes de dizer "haja luz", Deus disse "haja cruz".
A páscoa deveria nos lembrar que Deus foi morto antes de nascer. E isso faz toda diferença.
Curioso é que por mais de trezentos anos cristão nenhum comemorou o nascimento de seu mestre. Ninguém fazia a menor idéia do dia em que ele nasceu e, aparentemente, não havia nenhum esforço para descobrir. Foi só no ano 336 que o imperador romano, esperto que só ele, fixou o nascimento de Cristo na mesma data da festança pagã que comemorava o solstício de inverno (no hemisfério norte, é claro). Assim conseguiu a façanha de converter o povo e manter a festividade. Eu teria feito o mesmo.
O curioso nessa história é que apesar de ninguém saber o dia em que de fato nasceu o messias de Nazaré, todos sabem desde sempre a data de sua morte. A páscoa é a festa em que os judeus comemoram a libertação de seu povo das garras do faraó 3,5 mil anos atrás, e a subsequente passagem (pessach = páscoa) sensacional da multidão à seco pelo mar aberto ao meio. O Cristo acabou morrendo na semana da páscoa judaica e, por tanto, todo mundo conhece a data de seu falecimento e ressurreição. A manjedoura tem seu papel na história, e é em si mesmo uma belíssima mensagem que se perdeu nos festejos de Natal (além de ser muito bonitinha nos presépios), mas não é a toa que o símbolo cristão é a cruz. Não fosse Constantino e a cristianisação compulsória do império romano, até hoje não haveria nascimento a comemorar, mas tão somente morte e renascimento.
Nessas horas lembro de Pedro e a sacada que teve em revelar que a morte do Cristo de Nazaré precedeu sua vida. Que seu sacrifício precedeu seu nascimento. Que a encarnação de Deus é consequência de sua morte na cruz e não o contrário. Na lógica da eternidade o tempo vira do avesso e a salvação precede a condenação. É belíssima e certeira a frase que afirma que antes de dizer "haja luz", Deus disse "haja cruz".
A páscoa deveria nos lembrar que Deus foi morto antes de nascer. E isso faz toda diferença.
Eu sempre entendi que a Páscoa é a data mais importante do calendário cristão. Inclusive rivaliza com o natal na atual exploração comercial.
ResponderExcluirInteressante pensar que todo o calendário litúrgico anual gira em torno do estabelecimento da data da Páscoa, e em torno dela todas as datas móveis. Aliás, o próprio surgimento do calendário atual e os debates em torno dele têm a ver com isso.
Acho que a importância do natal no calendário tem mais a ver com a proximidade do ano-novo que com a importância religiosa da data.
Curioso também pensar que o tal solstício de inverno nortista que virou data cristã era uma data importantíssima na vida religiosa do mundo romano devido ao culto de Mitra, o deus-sol persa, provavelmente a religião de maior prestígio naqueles tempos em que o cristianismo ainda lutava por sua afirmação.