23 de julho de 2014

Coisa esquisita no ar


Há alguma coisa esquisita no ar
Um vento pesado, denso e forte
Um cheiro estranho e a amargo de morte
Um gosto afiado de faca e corte
Um golpe de espada, uma cruz, uma chaga
Uma longa risada, um punhal, uma adaga
Um corpo caído, um homem traído
Um frio desgraçado, um sorriso gelado
Uma cheia, tempestade de areia
Um toró, gente fria, sem dó
Chutando, empurrando, passando por cima
Uma canção sem acorde, poesia nem rima
Uma coisa, enfim, esquisita no ar
Como fosse uma vaga, sem piedade
Que nasce no umbigo da humanidade
E escorre vazia, sem amor, remorso nenhum
Da boca, das mãos e dos olhos
De cada um

Tuco Egg
23/07/2014

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