11 de dezembro de 2014
Nunca soube
Lampião
Um foco de luz surgiu no céu.
Estrela obstinada, não contentou-se em simplesmente brilhar.
Abandonou seu ninho e riscou o espaço.
Foi taxada de rebelde, criticada e mal vista pelos seus.
Mas não podia parar.
Sentia ter sido chamada para mover-se. E foi.
Vagou por muitos dias até estancar, de repente, sentindo-se vazia e tola.
Estremeceu, duvidando de sua motivação.
Quis nunca ter deixado sua casa, mas não teve coragem de voltar.
Derramou uma lágrima antes de sumir e jamais ser vista.
Nunca soube dos magos e sua peregrinação,
nem do bebê que sorveu sua lágrima, bebeu sua luz.
Conta-se que o menino cresceu luminoso como lampião
e que clareia ainda hoje, feito estrela discreta,
os passos daqueles que andam junto dele.
E a estrela nunca soube.
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Publicado originalmente no distante Natal de 2009,
agora com uma ilustraçãozinha de brinde.
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