O inesperado é nosso maior terror!
Na ânsia por um mundinho seguro direcionamos nosso tentáculos de controle e posse também para o mais imponderável dos alvos. Queremos (o cúmulo da pretensão) ter Deus sob controle. Daí vem a teologia alienada, os compêndios de doutrinas, as 4 leis espirituais, o apelo evangelístico que, se aceito, garante uma vaga no céu, o curso de batismo, a romaria dominical aos púlpitos sagrados, as correntes e os jejuns. Tudo em busca do controle e da segurança. Se eu fizer tudo direitinho, vai dar tudo certo. Metemos Deus no bolso, como nosso talismã. Temos ele todinho explicado em nossa cartilha e nos muitos cursos que fizemos e ainda faremos. Estigmatizamos os dons, transformamo-os em cargos, organizamo-os em ministérios e planejamos o calendário anual.
Nos resta, agora, aplicar a receita e papar o bolo.
A loucura que nos incomoda, que é nossa pedra no sapato, é a contragedora observação revelada nas desorganizadas páginas do novo testamento. O Cristo nos é revelado inesperado, intempestivo e selvagem como Aslam. Não se pode prever um passo daquele que, há dois mil anos, tentamos desesperadamente conter e controlar. Afirmam que o Espírito é vento. E onde anda o vento? Para onde vai? Quem o controla? Quem o mantém? Quem o retém?
Vento retido não é vento. Vento só é vento quando em movimento. E quanto maior e menos previsível ele é, tanto mais conhecemos sua força e tanto mais dobramo-nos diante de sua glória. Minha esperança e oração é que o vento seja forte o suficiente para me livrar do controle, rasgar as velas, arrancar o timão de minhas mãos, colocar-me à deriva. Tento, ao menos, convencer-me disso. Mas sei que minha alma anseia mesmo é pelo porto seguro, quente e confortável, que não exige nada de mim.
Gladir Cabral e João Alexandre cantam isso como ninguém:
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Amigo Vento - Gladir Cabral - CD Claridade
O Vento - Gladir Cabral - CD Cantos e Sonhos
O Vento - João Alexandre - CD Acústico
Lindo, Tuco!
ResponderExcluirObrigado por esse presente!
Trilha sonora também tão quão inspiradora quanto o texto.
Abraços fraternos,
Roger
Obrigado por mais esta importante reflexão. Imagino que a tragédia que se abateu sobre a tua região pode ter inspirado um pouco disso.
ResponderExcluirNão querendo ser chato, tem um probleminha nos links no final - para as páginas dos dois músicos. Acontece sempre que digitamos um endereço na ferramenta de edição de postagens, que corrompe o endereço digitado adicionando um www.blogger.com no início.
A solução é entrar na página desejada, copiar a URL e colar na ferramenta de edição, o que evita o problema.
Abraço,
Manoel Barros confessou em um de seua versos que "quis uma vez implantar uma costela no vento. A costela não parava nem." Se ele caminhasse na Palestina do primeiro século toparia surpreso com um vento de costela.
ResponderExcluirA tragédia inspirou muitas coisas, André. Coisas demais.
ResponderExcluir"Vento de costela" é um adjetivo e tanto! :-)
Valeu Roger. Obrigado.
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