22 de janeiro de 2007

Missão Caiuá - uma índia assassinada

DA SÉRIE CAIUÁS
Terça

A segunda manhã no Cerro foi mais tranqüila. O grupo estava um pouco menor e menos desconfiado; nós já não éramos completamente estranhos. Fizemos alguns jogos com balões de água e dava gosto de ver a alegria da criançada. Novamente a euforia maior ficou por conta do lanche. Na volta, 2 crianças na estrada tinham o rosto completamente pintado de vermelho.



Soubemos mais tarde que naquela noite uma índia havia sido morta por um fazendeiro, e alguns na aldeia estavam pensando em se preparar para uma guerra. Aquelas crianças estavam pintadas pra luta. Atualmente a principal forma de “guerra” deles é através de protestos, fechando a rodovia que corta a aldeia. Esperamos que fique tudo em paz.

Visitamos o Cerro novamente à tarde. Levamos bíblias e folhetos na língua Caiuá e conversamos com várias famílias. O comportamento deles é muito interessante. Devem nos ver como gente escandalosa e barulhenta. Eles conversam baixo, devagar, com longas pausas para olhar à volta e fazer algum comentário sobre o tempo, ou algum conhecido.

A palestra da noite foi sobre drogas. A chuva no fim da tarde (que nos deixou ensopados no Cerro), e os problemas com a índia assassinada, afugentaram o pessoal. Mas compareceu um bom grupo e tudo correu bem. O assassinato foi notícia na imprensa nacional, e a história que contam aqui não é a mesma que contam lá.

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Veja também:

MISSÃO CAIUÁ

1.
Chegada
2. Campo (de futebol) missionário
3. Olhares desconfiados
4. A palestra de domingo
5. Finalmente, janela aberta
6. Uma índia assassinada
7. Coragem
8. Uns semeiam, outros regam...
9. Velório, protesto e Eric Clapton
10. Gincana, oficina, esporte e muita história
11. Gratidão
12. Alegria e lágrimas
13. Brasil, emaña yvate

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