25 de maio de 2007

O filho de Abba

A coisa absolutamente imperdoável [de Jesus] não foi sua preocupação com doentes, aleijados, leprosos, possessos [...] nem mesmo sua parceria com as pessoas pobres e humildes. O problema real foi que ele se envolveu com falhas morais, com pessoas ob­viamente irreligiosas e imorais; pessoas política e moralmente suspeitas, inúmeros tipos duvidosos, obscuros, abandonados e desesperançados, existindo como um mal que não pode ser erradicado na periferia da sociedade. Esse foi o escândalo verdadeiro. Ele tinha mesmo que ir tão longe? [...] Que tipo de amor perigoso e ingênuo é esse, que não conhece seus limi­tes: as fronteiras entre os colegas conterrâneos e estrangeiros, membros e não-membros do partido, entre vizinhos e pessoas distantes, entre chamados honrados e desonrados, entre pes­soas morais e imorais, boas e ruins? Como se a distinção não fosse absolutamente necessária aqui. Como se não devêssemos julgar nesses casos. Como se pudéssemos sempre perdoar nessas circunstancias.

Hans Kung, On being a Christian, p. 32 - citado por Manning

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Lembre-se da passagem, em Mateus, em que Jesus diz "sejam perfeitos assim como é perfeito nosso pai que está nos céus". Em Lucas, o mesmo versículo está traduzido por "sejam compassivos assim como nosso Pai que está nos céus é compassivo". Os estudiosos da Bíblia dizem que estas duas palavras: perfeito e compassivo podem ser reduzidas à mesma realidade. Conclusão: seguir Jesus em seu ministério de compaixão define, com precisão, o significado de sermos perfeitos como é perfeito nosso Pai que está nos céus.

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Tenho tentado negar, ignorar ou reprimir os preconceitos ra­cistas e homofóbicos, considerando-os inteiramente indignos de um ministro do evangelho. Além disso, achava que reconhecer sua existência poderia dar-lhes força. Ironicamente, a negação e a repressão são, na verdade, o que lhes dá força.

O impostor começa a se encolher apenas quando é reconhe­cido, acolhido e aceito. A auto-aceitação, que flui do acolhi­mento da identidade essencial como filho de Deus, me habilita a enfrentar toda minha transgressão com uma honestidade infle­xível, e completo abandono à misericórdia de Deus. Como disse minha amiga, a freira Barbara Fiand: "Integridade é reconhecer a transgressão e ser curado por meio dela".

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Extraído do capítulo 4 de
O impostor que vive em mim
de Brennan Manning



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Todas as citações de “O Impostor que vive em mim”:

1. Saia do esconderijo
2. O impostor
3. O amado
4. O filho de Abba
5. O fariseu e a criança
6. A presença do ressurreto
7. O resgate da paixão
8. Coragem e fantasia
9. O coração pulsante do mestre
10. O coração pulsante do mestre II
11. O Evangelho do homem (comentário)

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