Um andarilho vinha roçando o pé nas pedrinhas brancas e cristais dos caminhos do cerrado.
Embevecido pelas muitas águas e os desenhos impossíveis que elas traçam carinhosamente em rochas duras, vencidas por suave e paciente insistência. Iluminado pelo sol que se deixa, humilde, encobir por densas nuvens ligeiras, que derramam angústias sobre os ombros calejados do homem e sua mochila carregada tão somente do necessário.
E seguia o andador renovado pelo vento que sopra livre, penteia a mata, bagunça cabelos e dança com galhos torcidos e negros de pequis, ingás e bacuparis.
Clareado de lua cheia, salpicado de estrelas, encardido de chão.
Caminhava pela chapada, pelo planalto, pelo sertão, braços dados com seus amores, entre banhos de sol, rios e chuvas, entre risos e abraços, cachoeiras e remansos. E ao seu redor, e por sobre, e por dentro, pulsava a presença indisfarçável do criador e sua graça extravagante, revelada nas visagens, cheiros e sabores do cerrado.
E via o andarilho que tudo isso era muito bom.
Demais da conta de bão...
ResponderExcluirAh... estrada de Canindé!
ResponderExcluirCoisas que, pra mor de ver, o cristão tem que andar a pé!
AH COMO É BOM LER ESTAS COISAS, QUERIDO! E esta qui, eu nem posso chamar doutra coisa, senão POESIA, LIRISMO, DESLUMBRAMENTO. Que o Pai de todos os poemas celestes te proteja e ilumine, com todas as Suas graças... (JV).
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