20 de junho de 2013

Carol foi pro mar

Enquanto o pai montava guarda-sol e cadeiras e a mãe esticava a esteira na areia, Carol pulava ondas. Enquanto o pai besuntava de óleo as costas da mãe estirada na esteira, Carol cavava buracos e fazia castelos. Enquanto o pai permanecia atento, olhando de longe, e o sol dourava a pela branca da mãe, Carol foi pro fundo, pisou em buracos, levou sustos, engoliu água e voltou pro raso.

Carol foi pra areia, pediu picolé, e ganhou, mas não era isso que queria. Sentou na sombra, lambuzou-se toda, lembrou do cansaço do pai, das vezes que a mãe falou que precisava de férias, que não aguentava mais e viu os dois deitados, quietos, olhando o horizonte. Pediu ainda outro picolé, e ganhou, antes de criar coragem pra falar:

- Pai, quer ir comigo pro mar?
- Agora não, filha. Agora não...

4 comentários:

  1. pois é amigão, infelizmente tem pais e mães assim...oremos por eles e suas famílias.

    lembra daquela foto que eu tinha postado no meu face ano passado?

    "como é bom brincar com meu filho na praia!"

    desse mal, eu não morro.

    abraço tuco!

    Afonso poeta

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    1. Eu tento não morrer desse mal, mas acabo morrendo volta e meia. :P

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  2. Tuco,
    Encontrar seu blog foi como encontrar uma praia deserta esperando a ser conhecida.
    É importante, nesse mundo frenético, observarmos e sentirmos o que o Pai criou, mesmo que por poucos minutos. Nesses breves momentos, somente a experiência compartilhada faz o mundo parecer menos aleatório. Talvez seja coincidência. Ou talvez seja uma resposta para as nossas orações.
    Um grande abraço.
    André Reis

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    1. Oi André. Obrigado.
      Talvez seja uma resposta de oração coincidente ;).
      Abraço.

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