18 de janeiro de 2007

Missão Caiuá - chegada


Férias de verão, em 2007. Foram 10 dias na tribo indígena Caiuá de Taquaperi, Mato Grosso do Sul. Nas próximas postagens, um breve relato do nosso dia-a-dia lá.

DA SÉRIE CAIUÁS
De sexta pra sábado

A viajem foi tranquila. Em Cascavel encontramos outros de lá mesmo, Fraiburgo e Campo Mourão. Todos com o mesmo destino – Aldeia Caiuá Taquaperi, em Amambai, Mato Grosso do Sul. Passaríamos 10 dias juntos, repartindo nossas vidas com a dos índios.

Entre uma soneca e algumas páginas de um livro, despistei as tediosas 18 horas de viagem.

De Guaira em diante permaneci atento à paisagem. Aliás, uma bela cidade, com a cativante grandeza do rio Paraná. Na travessia de 4 km sobre o grandiosos rio, lembrei do Sandro Cescatto. Natural de Guairá, foi certamente figura muito mais marcante na minha vida do que eu na dele. Conheci-o em Curitiba, num “grupo de discipulado”. Conheci-o antes, mas foi nessa época que ele se tornou parte de minha história. Em parte, creio que ele o saiba. Não o vejo há anos, mas a vida é assim – encontros e desencontros.

“Saudade de rever amigos
Os gestos de sempre a risada em comum
Contando as histórias e o casos antigos
As músicas novas sem prosa nem verso nenhum...”
(Joyce)

Do outro lado da ponte, Mato Grosso do Sul. Interessante como sol e chuva se alternam no caminho. Nas margens das retas infinitas das estradas mato-grossences, observei vários assentamentos de sem-terra.

A planície joga o horizonte longe. Muita soja e gado, alguns funestamente mortos, com as pernas pra cima, como nos desenhos animados.

A Sandra tomou um dramin e hibernou. Israel e Sara acreditam que Amambaí fica nos EUA e não param de falar em inglês. Mais umas duas horas e chegamos lá.

***

A chegada à Aldeia foi empolgante. Local amplo, bem cuidado, aconchegante, sem luxo nenhum, mas com muito capricho. Tínhamos mais do que o esperado – água quente, luz, brisa e poucos mosquitos. Mais algumas pessoas já nos aguardavam lá. O grupo todo contava com 21 pessoas.

Na entrada da Missão, um campo de futebol à esquerda e as salas de uma escola indígena à direita. À frente o antigo salão da igreja, agora depósito, e a casa dos missionários, Gervásio e Eulália. Mais atrás, o novo salão da igreja, ainda em construção, que abriga junto os dormitórios onde ficamos. Do lado do salão, uma agradável choupana com cobertura de palha, onde tomaríamos muito tererê, e conversaríamos muito, e a casa do índio Zebedeu e sua família, que trabalha na Missão. Nos fundos do terreno, a cozinha e refeitório. Entre um lugar e outro, bosques e canteiros de flores.

Comecei a conhecer o pessoal, principalmente o Zebedeu e seu filhinho de 6 anos, Eliéser. Um figura.

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Veja também:

MISSÃO CAIUÁ

1.
Chegada
2. Campo (de futebol) missionário
3. Olhares desconfiados
4. A palestra de domingo
5. Finalmente, janela aberta
6. Uma índia assassinada
7. Coragem
8. Uns semeiam, outros regam...
9. Velório, protesto e Eric Clapton
10. Gincana, oficina, esporte e muita história
11. Gratidão
12. Alegria e lágrimas
13. Brasil, emaña yvate

4 comentários:

  1. Anônimo6:14 PM

    Sacanagem. O Tucão velho veio para o Mato Grosso do Sul e esqueceu do velho amigo pantaneiro aqui.

    Nem pra avisar, né?
    Perdemos a oportunidade de tomar um tereré juntos.


    Um abração pra você e que Deus continue te iluminando sempre.

    Abraços do Vitor

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  2. Vi a divulgação do teu blog na lista de mail de Lewis.
    Escreves bem, estarei acompanhando tal relato...

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  3. "Israel e Sara acreditam que Amambaí fica nos EUA e não param de falar em inglês"?
    hasuashuashasuashasuhasuas
    que comédia vc hein!!! vc entendeu tudo o que falamos né?
    escreve bastante aí, vou ler tudo! Nhandejáry tanderovassa
    [God bless you] hehehehehe

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  4. Fique tranquila Sara. Não entendi bulhufas. Meu inglês tá no mesmo nível do meu Caiuá.

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