11 de fevereiro de 2010

Rufo [3]

3. MORTE E VIDA

Não sei dizer se o que trouxe Rufo de volta a si foi o barulho do martelo, o grito do milagreiro ou a mão do pai sobre seu ombro.

- Vamos menino.
- Pai, é ele. É o homem que pegou o lanche que mamãe preparou para mim e alimentou uma multidão. Vão matá-lo!
- Eu sei filho. Eu sei - lágrimas corriam dos olhos do pai - vamos embora.

Estavam a caminho de casa, em silêncio absoluto, com o rosto contrito e um buraco na alma, quando o céu escureceu.

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Faz 20 anos que isso aconteceu, Paulo. Os rumores sobre o túmulo vazio e o alvorosso entre os que conheciam de perto o rabi chegaram logo à nossa casa. Rufo não havia mais sido o mesmo desde o primeiro encontro com Jesus, quando um lanchinho que fiz para meu filho alimentou uma multidão. Mas algo realmente assombroso aconteceu com meu menino nas semanas seguintes à morte do mestre. Acompanhei emocionada sua nova vida repleta de amor e cuidado à todos. Alguns anos depois tivemos que sair de Jerusalém por causa da grande perseguição que se instalou por lá. Hoje estamos bem, aqui em Roma.

É uma grande alegria pra nós recebê-lo aqui, Paulo. Você sabe que sempre que precisar de algo em Roma pode contar conosco. Não é, Rufo, meu filho?

- Eu sei. Você tem sido uma mãe pra mim, e Rufo um irmão querido. É sempre muito bom ouvir suas histórias. Vamos agora à casa de Áquila. Ele e Priscila estão nos esperando.

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Rufo 1
Rufo 2
Rufo 3

2 comentários:

  1. Daria um grande filme, com direção do Meireles, distribuição da Warner e tudo mais...

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  2. Simplesmente incrivel...que filme ótimo daria sim :)

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