29 de novembro de 2010

Tocando em Frente

CÁNTICO Nº 27 DO HINÁRIO DA TRILHA

Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei



Tocando em Frente

Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe,
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder seguir
É preciso chuva para florir

Sinto que seguir a vida
Seja simplesmente
Conhecer a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Cada um de nós compõe
A sua própria história
E cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora



Conheça as outras músicas do         
Hinário da Trilha.

26 de novembro de 2010

A cidade chorou

Consegui uma vaga na Santos Andrade, a uma quadra do Guairinha. Achei que era chuva que caía do céu negro de Curitiba assim que descemos do carro. Não era. Era a cidade chorando saudade. E não era pra menos chorar. A voz da Stelinha, em entrevista gravada pelo jornalista Aramis Millarch em 5 de abril de 1990, era a voz da saudade, a voz da infância, a voz de uma geração que passou. Com as palavras vinham imagens mil, e todas alegres, coloridas, intensas. E ficou tudo molhado, embaçado. As vozes, os instrumentos, as crianças, as canções, as modinhas, o cenário, as interpretações, tudo debaixo dágua que rolava dos olhos e lambuzava a camisa. A cidade não chorou sozinha.




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Registro aqui meu agradecimento especial a Etel Frota e a toda equipe que armou aquilo tudo que foi como flecha ligeira, certeira, inflamada no coração da família e de todos que conheceram Stelinha.

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Muito mais sobre Stellinha Egg.

25 de novembro de 2010

Contexto

Num fim de tarde púrpura, sentindo a brisa fresca afagar-lhe o rosto, um pastor de ovelhas olha enternecido para seu rebanho, lembrando da função diária de levá-lo a um pasto verde e à beira de um rio. E lembra da ovelha fraca, que morreu tranqulia ao seu lado no dia anterior, sem ter lhe faltado pasto, água ou cuidado. E o pastor senta debaixo de uma figueira e compões uma canção:
- O Senhor é meu pastor, e nada me faltará...

Quatro mil anos depois, um homem chega em casa depois de um longo dia de trabalho, em um fim de tarde cinzento, lança-se no sofá e liga a TV. E entre sorrisos, risadas e sensualidades, lhe oferecem o mais novo telefone celular, uma torradeira, uma máquina de lavar-roupas, uma Tv maior, mais fina e mais leve que a sua, um par de tênis, óculos de sol e gravata, vinhos finos, carnes nobres e carros novos. E o homem fecha os olhos, escorrega o corpo no sofá, apoia a cabeça no encosto almofadado e canta baixinho, com um sorriso no canto da boca:
- O Senhor é meu pastor, e nada vai me fazer falta.
Desliga a TV e vai brincar com seus filhos.

22 de novembro de 2010

O homem falou

CÁNTICO Nº 26 DO HINÁRIO DA TRILHA


E é prá chegar quem quiser
Deixe a tristeza prá lá
E traga o seu coração
Sua presença de irmão


Se não conseguir ouvir a música, clique aqui.


Um alegre convite a participar da festa entre irmãos. A casa é grande, cabe todo mundo e somos todos um. A unidade vai nascer. E, por sermos um em amor, somos luz. O brilho das pessoas é muito maior e ilumina as manhãs (ochoro pode durar a noite inteira mas a alegria vem pela manhã...). E nada de sacanagem, nada de melar a festa, que ela tá só começando!

O Homem Falou
Gonzaguinha (Maria Rita)

Pode chegar
Que a festa vai
É começar agora
E é prá chegar quem quiser
Deixe a tristeza prá lá
E traga o seu coração
Sua presença de irmão
Nós precisamos
De você nesse cordão...

Pode chegar
Que a casa é grande
E é toda nossa
Vamos limpar o salão
Para um desfile melhor
Vamos cuidar da harmonia
Da nossa evolução
Da unidade vai nascer
A nova idade
Da unidade vai nascer
A novidade...

E é prá chegar
Sabendo que a gente tem
O sol na mão
E o brilho das pessoas
É bem maior
Irá iluminar nossas manhãs
Vamos levar o samba com união
No pique de uma escola campeã...

Não vamos deixar
Ninguém atrapalhar
A nossa passagem
Não vamos deixar ninguém
Chegar com sacanagem
Vambora que a hora é essa
E vamos ganhar
Não vamos deixar
Uns e outros melar...

Oô eô eá!
E a festa vai apenas
Começar
Oô eô eá!
Não vamos deixar
Ninguém dispersar
(O Homem Falou)...(final 2x)




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Hinário da Trilha.

19 de novembro de 2010

A grande cantora do Paraná

A maior cantora paranaense de todos os tempos, Stelinha Egg (1914/1991), vai receber uma homenagem à altura de seu talento no próximo dia 24 de novembro, às 20h30, no Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº).

O Museu da Imagem e do Som está promovendo o show "Eu, Stelinha", um tributo musical que vai relembrar o repertório da cantora em grande estilo.O MIS guarda em seu acervo um material precioso da cantora, que inclui fotografias, peças de artesanato que Stelinha colecionava nas viagens pelo Brasil e os vestidos que ela usava nos shows, além de medalhas e partituras.

O espetáculo com concepção da Diretora do MIS, Stefanie Freiberger,  direção geral do jornalista Rodrigo Browne, roteiro de Etel Frota, produção de Regina Graton , direção musical de Sérgio Justen,e direção cênica de Aldice Lopes vai relembrar as canções imortalizadas na voz de Stelinha Egg, agora sob interpretação do primeiro time de cantoras paranaenses: Edith de Camargo, Helena Bel, Lais Mann, Margareth Makiolke, Rogéria Holtz e Selma Baptista.

No programa canções de Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Catulo da Paixão Cearense, Chico Buarque, entre outros. A entrada é franca.

Web

Eu, Stelinha

Show musical em homenagem à cantora Stelinha Egg nas vozes de:
Edith de Camargo | Helena Bel | Lais Mann
Margareth Makiolke | Rogéria Holtz | Selma Baptista

local: GUAIRINHA - Rua XV de Novembro, s/n
data: 24 de novembro de 2010 (quarta-feira)
horário: 20h30

ENTRADA FRANCA

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Muito mais sobre minha tia famosa aqui.

15 de novembro de 2010

A cura

CÁNTICO Nº 25 DO HINÁRIO DA TRILHA

Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura

A Cura
Lulu Santos e Nelson Motta

Existirá
Em todo porto tremulará
A velha bandeira da vida
Acenderá
Todo farol iluminará
Uma ponta de esperança

E se virá
Será quando menos se esperar
Da onde ninguém imagina
Demolirá
Toda certeza vã
Não sobrará
Pedra sobre pedra

Enquanto isso
Não nos custa insistir
Na questão do desejo
Não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê
Que o inferno é aqui

Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura

Existirá
Em todo porto se estiará
A velha bandeira da vida
Acenderá
Todo farol iluminará
Uma ponta de esperança

E se virá
Será quando menos se esperar
Da onde ninguém imagina
Demolirá
Toda certeza vã
Não sobrará
Pedra sobre pedra

Enquanto isso
Não nos custa insistir
Na questão do desejo
Não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê
Que o inferno é aqui

Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura



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Hinário da Trilha.

12 de novembro de 2010

As sandálias de Tereza

O Roger, incansável promotor de desordem do blog Teologia Livre, vem citando alguns textos do sensacional livro Maravilhosa Graça, do Yancey.  Um dos textos citados fala sobre um encontro entre Madre Tereza de Calcutá e Bill Clinton, debaixo das nuvens cinzas de um assunto tenebroso que virou tema de campanha presidencial no Brasil - o aborto.

O que me chamou a atenção no discuso da mulher franzina que assombrou o mundo com o poder de sua fraqueza, foi quando, referindo-se às mulheres dispostas à prática do aborto, declarou:  "Dêem esses filhos para mim. Eu os quero. Eu cuidarei deles." Madre Tereza é, para mim, sempre um adorável constrangimento.

O Rubinho, no entanto, nos lembrou que o buraco é mais em baixo e que, obviamente, "dar os bebês para a madre não seria uma solução viável, certo? Então, não seria solução!".

Está certo o Rubinho, como de costume. O problema é complexo mesmo, e a Madre jamais o resolveria. Mas isso não esmorece o fato de que a coragem da mulher é de doer. Cada um "antiabortista" militante deveria assumir a mesma responsabilidade que a Madre assumiu. A mesma disposição. Mais que disposição, a mesma atitude, visto que Madre Tereza recebeu muitos milhares de crianças em Calcutá, colocou alguns milhares em lares adotivos e cuidou de outros milhares nos orfanatos da Ordem das Missionárias da Caridade.

A Madre também argumenta que "se aceitarmos que uma mãe pode matar até mesmo o seu próprio filho, como podemos dizer às outras pessoas para não se matarem umas às outras?".  Não concordo com esse pensamento (mesmo tendo sido citado como irrefutável em um comentário ao artigo do Roger). É simplório, genérico e transversal aos fatos e as peculiaridades de cada caso. Mas não tenho como não dobrar-me diante da coerência de uma mulher que, crendo como crê, assume para si a responsabilidade da sua crença.

Taí o soco no estômago. Eu creio em uma porção de coisas bonitas e louváveis que seriam capazes de transformar o mundo em um lugarzinho mais batuta, mas sou um covarde, indigno de desatar as sandálias dos pés de Tereza.


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Veja também:
Escuridão em Calcutá

8 de novembro de 2010

Sorri

Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos

Djavan



M.Jackson



Nat King Cole



Sorri (Smile)
Charles Chaplin, John Turner e Geoffrey Parsons
Versão: João de Barro (Braquinha)

Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios

Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos

Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.




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Hinário da Trilha.

4 de novembro de 2010

Sustentabilidade de consumo

Dia 29 de outubro de 2010.

Gerência Geral

Carta Circular nº 1001

ASSUNTO: Sustentabilidade do Consumo

Pelo bem de um mundo sustentável, o Deus Mercado concede às indústrias a graça de produzir artefatos que utilizem matéra-prima reciclada, porém não abre mão de que o montante produzido seja comercializado com urgência e aos milhões - quanto mais melhor.

Para tanto, exige propaganda massificada, usando os mais variados meios, especialmente aqueles que dão ao consumidor a ilusão de estar participando ativamente de um processo consciente e sensato de decisão de compra, chamados mídias sociais.

Estabelece também que os termos, 'sustentabilidade', 'ecológico' e 'verde' devem ser exaustivamente repetidos em toda peça publicitária e todas as convenções de venda e marketing, mesmo que seja evidente que a intenção única é alavancar vendas e aumentar o consumo tanto quanto possível - quanto mais melhor.
Qualquer menção à uma vida mais simples, pautada na diminuição do consumo, em viver com menos, no incentivo à produção de bens robustos e duráveis, na crítica aos modismos, todos eles criados tão somente para tornar obsoleto aquilo que ainda funciona muito bem, incentivando assim o aumento do consumo, deve ser reservada àquela revistinha bonitinha da editora Abril, a ser sempre comercializada em conjunto com a Cláudia e a VIP.

Fica definido, por fim, que somente o ser-humano possuidor de muitos bens - quanto mais e mais luxuosos melhor - será considerado feliz, ficando à cargo de todos o desejo eterno de possuir aquilo que ainda não possuem e depositar em um ponto futuro toda a esperança de descanso, desfrute e deleite pessoal, desde que saboreado sozinho sobre um luxo de poltrona em forma de concha e diante de uma TV 3D de 51 polegadas.


Atenciosamente.
D. M.

1 de novembro de 2010

Bandeira do Divino


Que o perdão seja sagrado
Que a fé seja infinita
Que o homem seja livre
Que a justiça sobreviva



Bandeira do Divino
Ivan Lins e Vitor Martins

Os devotos do Divino
Vão abrir sua morada
Pra bandeira do menino
Ser bem-vinda, ser louvada, ai, ai
Deus nos salve esse devoto
Pela esmola em vosso nome
Dando água a quem tem sede
Dando pão a quem tem fome, ai, ai

A bandeira acredita
Que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta
Que essa casa seja santa, ai, ai
Que o perdão seja sagrado
Que a fé seja infinita
Que o homem seja livre
Que a justiça sobreviva, ai, ai

Assim como os três reis magos
Que seguiram a estrela guia
A bandeira segue em frente
Atrás de melhores dias
No estandarte vai escrito
Que ele voltará de novo
E o Rei será bendito
Ele nascerá do povo,ai, ai



Conheça as outras músicas do
Hinário da Trilha.